domingo, 2 de junho de 2013

Ler e Saber

     Não me recordava de como comecei a ler. Ao perguntar para minha mãe, veio à lembrança alguns momentos. Aqui em casa tinha uma enciclopédia chamada “Ler e Saber”. Continha além do texto, muitas ilustrações e isso recordo bem, porque me chamavam muito a atenção. 



     Sempre tivemos livros em casa, minha mãe tem o curso Normal, que formava Professores das séries iniciais até a admissão ao ginásio.  Meu pai era funcionário de uma grande metalúrgica e no natal, ele vinha com presentes da empresa para os filhos. Entre os presentes sempre haviam livros. Recordo do “Simbá, o Marujo” e ”Alice no País das Maravilhas”. Minha irmã mais velha e meu irmão mais novo, sempre tinham que ler obras solicitadas na escola  e eu sempre lia os livros deles. Entre eles "O Caso da  Borboleta Atíria”, ”Éramos Seis”,  “Meu Pé de Laranja Lima”, coleção do Cachorrinho Samba... Quando eu estava no ginásio, mais precisamente na sexta série, a professora pediu para ler “O Gênio do Crime”. Fiquei encantada com o suspense do contrabando na história... Daí pra frente houveram outros encantos, como “A Metamorfose”, Kafka, ” O Guarani”, entre outros. A família é muito importante nessa fase evolutiva. Eu tive apoio da minha família, que foram base forte na construção do meu conhecimento. 
      Muitos adultos que não têm contato com a leitura e escrita pensam ser tarde para fazê-lo. Prova do contrário é a poetisa Clair Feliz Regina, que cedeu uma entrevista encantadora a Gilberto Dimenstein de como descobriu a poesia. Sua vida foi voltada a textos completamente diferentes, muito específicos e imparciais, devido ao trabalho jurídico. Perto de se aposentar que o adormecido resolveu acordar. Ela deu uma chacoalhada no seu interior, que o despertou por completo. É isso que acredito que aconteceu com todos nós, despertamos o que estava adormecido, e tentamos fazer o mesmo com nossos alunos.

Lilian Conceição Guimarães

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